domingo, 17 de dezembro de 2023

Navegador web versus aplicativo móvel

Imagem: Freepik / Vectonauta

Wallace Vianna é web designer.

A Internet surgiu no computador de mesa e se desenvolveu no navegador desktop (ou de mesa). Mas hoje o acesso a internet se faz majoritariamente em dispositivos móveis (celulares).
Curiosamente hoje parece que o navegador móvel se tornou o vilão da internet.

Explico: já estou me acostumando a ver essas mensagens nos sites que acesso:




Os exemplos de páginas web famosas com problemas na versão móvel são muitas, como cito nesse link o Gmail, o Facebook e o Linkedin.

Esse estado de coisas surgiu quando a indústria de informática resolveu abandonar o conceito de compatibilidade retroativa (dar suporte a versões de hardware e software antigas) para focar no inverso, compatibilidade progressiva (dar suporte apenas para a versão atual de dispositivos e programas).

O fato dessas mensagens acima existirem mostra a falência da compatibilidade "para frente". É sinal de que muita gente usa celular velhinho (se estamos com Android 12, tem gente com Android 6 ainda funcionando; ou navegador web móvel que não atualiza em Android antigo) e por isso a recomendação de que "é melhor visualizar no aplicativo de celular" acaba sendo uma recomendação que vai falhar em muitas vezes, pois o app não vai instalar pra muita gente.

Eu particularmente uso o navegador móvel na visualização de navegador desktop/de mesa. É claro que é uma ginástica desconfortável, mas me resolve em situações pontuais, quando uma página não aparece, um recurso do site não fica visível, ou uma parte da página não permite acesso.
Mas isso podia ser resolvido da mesma forma que se criou versão desktop/de mesa e versão móvel das páginas web: projetar a página web para exibir todo o conteúdo, em ambas larguras de tela. O usuário que decida qual versão deseja ver (móvel reduzida ou completa) se a página ficar lenta demais ou não pra poder navegar, de acordo com seu aparelho. Em vez de "mobile first" (projetar a página pra carregar a versão móvel primeiro) que tal "user's choice first" (o usuário escolhe a versão que deseja carregar)?

Enfim, a ideia está lançada; espero, como citei no link desse texto, que o mercado adote a filosofia da Apple de exibir uma interface simples em qualquer situação e oferecer recursos avançados em telas separadas, pra não comprometer a navegação nem o desempenho do equipamento.