Wallace Vianna é webdesigner
Software livre/gratuito, assim como o software portátil e
online, sempre foi visto com maus olhos.
Explico isso, desmontando alguns lugares-comuns:
“Se é gratuito, o produto é você” já diz o mantra falacioso do software pago,
pra justificar seu valor, denegrindo a concorrência (como se precisasse disso –
tem de ser muito novo nesse mercado pra não entender o valor do sofware pago).
“Se é livre, não tem desenvolvimento bom” – o Linux está aí há décadas, e no seu celular Android - pra desmentir isso.
“Se é portátil, não tem integração com o S.O. Sistema Operacional
(ou a integração é pobre, tem de ser feita no braço)”.
Não instalar software só tem essa desvantagem, cuja solução pode ser automatizada, seja através de atalhos
no seu S.O. que levem à essa personalização (vincular extensões de arquivo ao
software), seja por modo texto, pros escovadores de bits que trabalham em console/modo
texto no S.O. (mesmo assim tem como se criar atalhos pra fazer isso).
“Software online é lento, sem internet não se trabalha”.
Existem variadas soluções mistas para trabalhar online e offline (des/conectado
da internet): software que você instala e salva arquivos na nuvem; software com
versão simplificada no computador e completa na nuvem (ou vice-versa); ou
software com versão na nuvem e no seu computador (de mesa ou de mão).
Com a chegada dos computadores quânticos e a internet móvel 5G, a computação na
nuvem vai ser algo equivalente a se trabalhar localmente, hoje.
Não estou dizendo que um filme de animação 3D vai ser renderizado online, mas algumas das etapas podem ser feitas com software na nuvem.
Mas o grande pulo do gato vai ser o fim da desculpa para se piratear software.
Estou usando, na nuvem, o equivalente ao meu software de trabalho, no computador de mesa. Ele me permite até salvar os meus arquivos na minha nuvem (ou na nuvem do próprio software, fazendo uma doação ou adquirindo versão Premium).
Ele além de ter interface muito semelhante ao software pago (não tenho de reinventar a roda do aprendizado) possui até funções que o software pago não oferece, e o principal: ele é de graça.
Nesse cenário, porque usar software pirata?
Ao menos o “feijão com arroz” já temos no software livre/gratuito. Seja online
ou instalado. Se a maioria das pessoas só usa cerca de 25% dos recursos dos
programas pagos, esse público do software pirata já é eliminado.
O que quero dizer é que software pago e gratuito, portátil e instalado, online
ou em rede local não “competem” entre si, eles atingem públicos e necessidades
distintas. Nesse sentido não cabe mais a falsa propaganda de que “você é o
produto” ou “software gratuito é ruim” (o primeiro filme do Scooby Doo foi
feito com o Gimp, software livre, e isso lá no início desse século).
Enfim: o software livre, de patinho feio da indústria, virou o salvador da pátria contra a pirataria. Ironia tão inesperada quanto bem-vinda.
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