Imagem: Priscila Vieira |
Wallace Vianna é desenvolvedor web e web designer.
Exemplos de serviços e softwares, livres, gratuitos ou pagos
Há alguns anos usei um serviço gratuito, o tradutor do Microsoft Bing pra traduzir um site apenas porque ele fazia esse serviço melhor do que o Google Tradutor num quesito: traduzir links de HTML. Sem avisos, o serviço foi descontinuado, a tradução parou de funcionar no site e eu tive de pesquisar outras soluções.Se o serviço fosse um software livre, a tradução estaria embutida no site e funcionaria até hoje, do mesmo jeito.
Comecei a usar um software gratuito, que me atendeu muito bem, mas depois de um período (quando ficou mais conhecido) é que ele alertou que o uso era limitado a X dias. Passei a usar no lugar 2 outros softwares livres (nessas horas o software pago mostra seu valor) que me resolveram o problema.
Um serviço ou software gratuito pode acabar ou deixar de ser gratuito a qualquer momento. Um software livre deia de funcionar se não tiver atualizações e o sistema operacional onde ele roda não suportar mais (ou oferecer restrições de uso).
O ideal dos dois mundos são os softwares livres (que podem migrar pra serviço online) e são continuados por terceiros, uma comunidade que continua o desenvolvimento e manutenção através de doações, normalmente ou propaganda. Isso ajuda a garante a vida daquele software ao longo do tempo.
Quando o software é continuado por fork/divisão do desenvolvimento, a continuidade pode vir de empresas privadas ou não, como é o caso dos navegadores Chromium-derivados (MS Edge e Opera).
Quando o software é continuado por fork/divisão do desenvolvimento, a continuidade pode vir de empresas privadas ou não, como é o caso dos navegadores Chromium-derivados (MS Edge e Opera).
Realidade de mercado
Mas o mercado acaba regulando esse estado de coisas com a oferta da mesma tecnologia por pessoas diferentes. Então o paradigma de aprender uma ferramenta de trabalho e seguir ao longo da vida acompanhando a sua evolução é algo que acaba restrito a softwares pagos famosos. Quem usa software ou serviços livres/gratuitos acaba tendo que fazer aprendizados frequentes, diversos e contínuos pra trabalhar. O que não é de todo ruim.
Se o software pago demanda um aprendizado maior devido a amplitude de seus recursos, ele automaticamente habilita a seus usuários usar softwares livres, mais simples.
O software livre por não ter padronização e demandar o uso de mais de uma ferramenta para um mesmo trabalho estimula o aprendizado de ferramentas gratuitas ou pagas.
Ou seja: o ideal é não ficar preso a tecnologia paga nem a gratuita e sim usar ambos ao longo da vida profissional.
O software livre por não ter padronização e demandar o uso de mais de uma ferramenta para um mesmo trabalho estimula o aprendizado de ferramentas gratuitas ou pagas.
Ou seja: o ideal é não ficar preso a tecnologia paga nem a gratuita e sim usar ambos ao longo da vida profissional.
Comparações e a realidade com IA
Pode-se fazer uma comparação com o mundo analógico: se é preciso medir comprimentos com uma trena, pode-se usar a de madeira, de metal ou a digital. A tecnologia de madeira dispensa aprendizados, enquanto a digital requer algum, mas nada que não possa ser aprendido com algum tempo e habilidade..
Com a IA/Inteligência Artificial o software parece estar reiniciando sua trajetória, na medida em que para ter uma IA "livre" é necessário ter um banco de dados igualmente livre, algo como uma biblioteca de código (online ou local) para executar as aplicações.
Isso é mais provável de existir em aplicações específicas, de uso limitado do que em aplicativos que aprendem ao longo do tempo; mas também é um "futuro presente", uma vez que a IA veio para ficar.
Em breve nossas discussões sobre tecnologias serão sobre softwares com e sem IA, do mesmo modo que discutimos linguagem de programação procedural ou orientada a objetos; ou software pago ou livre.
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