Wallace Vianna é desenvolvedor web
Imagem: Digital Security |
Olhando para trás, percebo mudanças no meu fluxo de trabalho em relação as ferramentas (digitais e analógicas).
No meu período de "letramento digital" aprendi que devia usar ferramentas digitais especializadas e diferentes pra entregar um projeto; hoje os programas são tão ricos de recursos que posso me dar ao luxo de fazer um projeto inteiro com um único software (economizando tempo e dinheiro).
Mas muitos outros detalhes me foram surgindo ao longo desta caminhada pelo mundo digital:
Formatos de arquivo
A Adobe na área de design criou um padrão no mercado que virtualmente faz de seus formatos de arquivo um formato "aberto", na medida que são visualizados na maioria de sites e programas de design, e editáveis em pelo menos metade dos softwares (o Google Drive visualiza arquivos do Photoshop; programas concorrentes permitem abrir e editar e até salvar esse formato).
O MS Word e o Excel são dois exemplos desse padrão de arquivos fechados porém universalmente aceitos no mercado, seja pra visualização ou conversão em outros formatos.
Funcionalidades do software
Nesses casos é importante separar o conteúdo das funcionalidades do software.
Quando uso o Excel ou Photoshop estou buscando facilidades de edição do conteúdo (cálculo entre planilhas diferentes ou edição em lote, automatizada, de várias imagens), levando como brinde a organização deste conteúdo (o uso múltiplas planilhas ou de várias camadas num único arquivo, p. ex.).
Recursos de edição
Uma terceira questão é a manutenção de recursos de edição do arquivo, que permitem desabilitar, remover ou incluir formatações adicionais aos "dados brutos" - a apresentação visual de uma planilha pode ser tão necessária para sua boa utilização quanto aplicação de sombra, contraste ou foco, numa foto.
Salvar arquivos em formato proprietário (Excel ou Photoshop) permite continuar o trabalho do ponto em que paramos, mas salvar em formatos abertos (.CSV ou JPG) é abrir mão dessas facilidades.
A grande vantagem de salvar trabalhos em formatos abertos é poder trabalhar em programas pagos ou gratuitos, além de se prevenir da descontinuidade daquele formato ao longo do tempo: quem trabalha com MS Access sabe que o formato de banco de dados desse programa muda de padrão, exigindo conversão para versões novas do próprio MS Access.
Quem usa o Adobe Illustrator sabe que se o arquivo não for salvo como PDF compatível ele não será visível nem aberto na maioria dos programas de desenho vetorial.
Compra de software
Como comentei em outro texto sobre a aquisição de software, a compra de software, sozinha, demanda análise de custo-benefício (adquirir assinatura ou produto de uso vitalício/em longo prazo; usar software do fabricante original ou compativel do concorrente).
Uso de software
O uso do software por sua vez comporta análises em separado: queremos pagar pela qualidade do resultado, agilidade no serviço ou pelos recursos oferecidos? Será possível continuar o serviço com outro programa (gratuito ou pago), usando arquivos originais (proprietários)?
Conclusões:
No caso de programas e formatos de arquivos digitais, as mudanças pra mim foram num caminhar em sentido contrário ao mainstream: passei a dar prioridade a formatos de arquivos abertos em lugar de formatos proprietários. O motivo é simples: se trabalho com arquivos legados de clientes que usam esses arquivos, usar o programa original - normalmente pago - é obrigatório.
Se o cliente paga para ter o resultado final, o programa utilizado é indiferente, o que me permite usar equivalentes gratuitos ou pagos sem assinatura.
Aos poucos reduzi o uso dos produtos da Adobe e Corel em 50% do tempo e passei a armezenar arquivos em formatos livres, em 75% das situações.
Na minha experiência a melhor solução é não ficar dependente de nenhuma tecnologia. No momento priorizo soluções abertas antes das soluções proprietárias, pra ter flexibilidade no desenvolvimento de projetos (edição, entrega ou backup).
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