quarta-feira, 6 de novembro de 2024

Compra e venda de software: modelos e (des)vantagens

Wallace Vianna é desenvolvedor web

Imagem: https://www.valuehost.com.br/blog/licenca-de-software/


Na data desse post, novembro de 2024 a Adobe.com além de não contar com parceiros ou rede de revenda, centralizando o processo de venda de software, só oferece softwares por assinatura, tendo abandonado a venda por tempo vitalício ou perpétuo. Nesse modelo, o software é baixado do site da Adobe e instalado no PC do comprador, pagando pelo uso, mensal ou anualmente.

Há outras empresas como a Microsoft que oferece diversas modalidades de venda de software, que vão desde a revenda com representantes, a venda do software em mídia (DVD) ou o download/baixar pelo comprador.

Modelos de venda por assinatura e mistos 

O modelo da Adobe é prático pois reduz a chance de pirataria oferecendo software sempre atualizado, sem despesas com mídia e entrega. Sem falar que a venda de assinatura significa faturamento permanente, ao longo do tempo. E o período de uso gratuito (7 dias) serve para ajudar a vender o software.

A Microsoft é mais flexível: mesmo ao oferecer software para uso vitalício, com mídia (DVD) e documentação em papel há a opção de (a) pagar uma vez sem direito a atualização e suporte técnico ou (b) pagar um adicional para ter essas atualizações e suporte. E a venda por assinatura permanece como opção, assim como o uso gratuito do software na internet, com funcionalidades reduzidas.

Informalmente, existem empresas que atuam no "mercado cinza", fazendo revenda de programas vitalícios ou revenda de assinatura (com a vantagem de pagar em moeda local/Real, p. ex. ou ter suporte técnico informal).

Programas e tecnologias concorrentes no mercado

Outra coisa interessante no mercado é a existência de programas concorrentes, de outras empresas, compatíveis com os programas mais famosos. Um arquivo do Adobe Indesign abre para edição no Afinity Publisher, assim com um arquivo do Microsoft  Excel teoricamente abre no Google Docs ou Libre/Open Office.

Mesmo não sendo possível fazer o caminho inverso - salvar um arquivo do Afinity Publisher no formato Adobe Indesign, pode-se salvar em formatos intermediários como PDF e abrir o conteúdo em outros programas pra edição, mesmo perdendo recursos nativos do formato de arquivo original.
No caso do Excel, recursos avançados desse programa podem não estar disponíveis em outro programa, mas formatos como XML ou CSV permitem migrar o conteúdo para edição em outros softwares.

Vantagens e desvantagens 

O preço e a forma de venda dos softwares concorrentes pode resolver questões que a fabricante do software original não resolve: o Afinity Publisher vende software para uso vitalício, coisa que a Adobe não faz mais desde 2012. 

Nesse caso o comprador tem que pesar o que é mais interessante - ter software sem atualização nem suporte pra longo uso ou adquirir novas versões ao longo do tempo, já que arquivos de terceiros, em versão mais recente, provavelmente não serão abertos em versões antigas.

Custos, precificação e despesas

Independente da modalidade de compra, o usuário ao comprar um software dilui esse custo no trabalho a ser produzido. Se o software é de assinatura, o custo mensal vai fazer parte do serviço entregue nesse período. Se for vitalício o custo será dividido em diversos serviços até ser necessário adquirir uma nova versão ou atualização. 

Esse exercício de precificação é importante pois tudo que usamos pra trabalhar - computador, impressora, internet, energia elétrica - são despesas fixas ou temporárias, dependendo se trabalhamos em escritório/residência própria ou fora de casa, em espaços alugados. E em algum momento o faturamento tem que cobrir essas despesas - no mês do serviço, ao longo dos meses ou inesperadamente, como acontece pra maioria das pessoas.
A compra de software é uma despesa recorrente, com periodicidade a ser definida pelo profissional (mensal, anual ou eventual), dentro de seu plano de negócios.

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